Adufe & Alguidar + Adufe & Máquina de Lavar – Quem Canta um Canto Acrescenta um Tempo
11 MAI - 21:30
O espetáculo de apresentação do álbum QUEM CANTA UM CANTO ACRESCENTA UM TEMPO é composto por duas partes — cada uma expressa o trabalho de cada um dos desdobramentos do grupo.
Em ADUFE & ALGUIDAR, nove vozes dão corpo a um projeto de canto e percussão, que atravessa simbologias e tradições com ritmos de adufe e outros instrumentos, onde experimentar é sempre um convite. Temos no adufe o nosso meio de viagem, qual roda quadrada, que ajudado por outros companheiros sonoros nos leva até onde quisermos ir. Temos no alguidar — objeto que serve habitualmente para lavar ou amassar — a metáfora da reativação, reinvenção e mistura de sonoridades.
Movem-nos visões distintas e experiências complementares, que cada pessoa traz ao grupo, abraçadas por uma mesma vontade. Afinamos a nossa existência coletiva no desenrolar da prática continuada dos gestos, da intenção e da atenção. O nosso processo de trabalho é como ir à ribeira mergulhar as canções, qual lavadeira, escutando e percebendo o que nos querem contar. Mas há peças de roupa que se lavam à mão, e há outras que se lavam na máquina…
Em ADUFE & MÁQUINA DE LAVAR, a música desconstrói-se e agita-se pela mão da eletrónica. Com Francisco Gedeão, com quem já tínhamos experimentado cruzamentos entre o tradicional e o digital, fomos em busca de outras formas de tocar tanto modas antigas como novas. Com aditivos e centrifugação, aparecem atravessamentos que oferecem novas possibilidades, diferentes teceduras, texturas e tessituras. Fomos estendendo mantas, umas macias, outras ásperas; umas lisas, outras esburacadas, para embrulhar e aconchegar o som. Como quem borda um tecido precioso, quisemos fazê-lo camada a camada, deixando as vozes e os adufes, emaranhados na eletrónica, percorrer caminhos improváveis.
Para este álbum, acrescentamos ao tempo do adufe o tempo da máquina. Quem canta um canto acrescenta-lhe a densidade da voz e a temporalidade do corpo que canta.
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