Mwene-kongo: A Mulher da Meia-noite
9 e 16 de Março - 21:00 | 10 e 17 de Março - 16:30
A mulher da meia-noite ou Mwene-kongo, é uma expiação da dor do luto, é sobre apesar da consciência de que esse é o inevitável destino de todo ser humano, a negação continua a ser a nossa primeira reação quando tal acontece.
O corpo que se apresenta, é um corpo ritualístico. Um portal entre o aqui e o além, possibilitando a passagem de quem parte e acalentando quem fica.
Traz uma reflexão sobre a “morte-partida” e a “morte-viva”, analisando a perspetiva sobre os dois pontos de vista num ritual de libertação, de aceitação e num processo de autoconhecimento. Mwene-kongo é uma performance sobre o luto, mas principalmente sobre a celebração da vida. A mulher da meia-noite, é um espetáculo multidisciplinar, fazendo uso de linguagens artísticas distintas, mas que se complementam.
Em palco, a performance interage com um vídeo conceitual que, levanta suas próprias reflexões e representações. Do processo, resultaram também fotos e desenhos, todas a linguagens conversam entre si, mas funcionam também de forma individual.
Recorrendo também ao audiovisual, Renata Torres, nos apresenta um monólogo teatral que visa trabalhar a questão do luto e da celebração da vida, um diálogo entre o além-vida e o espaço terreno.
Vídeo, palco, fotos e desenhos conversam e interagem, fazendo uma analogia entre o que é o destino e o exercício do livre-arbítrio, ressignificando o espaço e usando como referência alguns rituais fúnebres.
Os sons (trilha sonora) e as imagens que o corpo oferece, são resultado das memórias afetivas da própria artista, algumas delas muito recentes, com a perda da sua querida mãe.
Com a frase “a morte chega para todos, não é preciso invocá-la”, Renata Torres, reflete sobre esse partir para a eternidade, na perspetiva de quem fica e tentando entender também a perspetiva de quem se vai.
“Mwene-kongo: a mulher da meia-noite”, é o resultado da residência artística feita em Outubro de 2022, no Hangar em Lisboa, pelo programa Procultura da Fundação Calouste Gulbenkian.
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